Sindjor/MT reage a ataques e repudia assédio judicial contra jornalistas em Mato Grosso

O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) divulgou nesta sexta-feira uma nota oficial em que manifesta “profunda preocupação” com a escalada de ataques à imprensa no estado. O documento presta solidariedade aos jornalistas Leandro Lima do Nascimento e Luiz Mário do Espírito Santo Pereira, que recentemente foram alvos de episódios considerados pela entidade como tentativas de intimidação e silenciamento.

O caso mais recente envolve o repórter Leandro Lima, do portal Olhar Cidade. Após publicar um vídeo jornalístico, ele foi alvo de um comentário ofensivo do vereador Marcos Vinícius Borges, que zombou de sua condição neurológica, o tremor essencial. O ataque foi registrado em Boletim de Ocorrência (nº 2025.300829).
Embora o parlamentar tenha apagado o comentário, a atitude já havia repercutido negativamente e gerado repúdio. Para o Sindjor, a conduta foi “abjeta” e escancara o desrespeito à liberdade de imprensa e à dignidade humana.

Na mesma nota, o sindicato também destacou o caso do jornalista Luiz Mário, apresentador do Programa Veracidade, que responde a uma ação judicial movida pelo engenheiro e sócio da Esh Capital, Vladimir Joelsas Timerman. O processo pede uma indenização de R$ 50 mil em razão de uma reportagem sobre fatos de interesse público.
Segundo o Sindjor, a ação é um exemplo de assédio judicial, prática que utiliza o poder econômico e o aparato jurídico como forma de censura e intimidação.

“A judicialização como mordaça e o ataque pessoal como retaliação são ferramentas dos que preferem a opacidade à transparência”, afirmou a diretoria da entidade.

O documento conclui reforçando que o sindicato seguirá acompanhando os dois casos e atuando em defesa da categoria. “A intimidação de um jornalista é uma ameaça a todos”, finaliza a nota.

veja a nota na íntegra

Nota oficial: contra o assédio judicial e os ataques à imprensa em Mato Grosso
O Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT) vem a público manifestar sua profunda preocupação com a escalada de ataques contra profissionais de imprensa no estado e prestar irrestrita solidariedade aos jornalistas Luiz Mário do Espírito Santo Pereira e Leandro Lima do Nascimento.
O jornalista Luiz Mário, responsável pelo Programa Veracidade, enfrenta uma ação judicial movida pelo engenheiro e sócio da gestora de investimentos Esh Capital, Vladimir Joelsas Timerman. A tentativa de silenciar a imprensa por meio do poder econômico e do aparato judiciário é uma afronta direta à Constituição. A ação indenizatória, que busca uma reparação de R$ 50.000,00, tem origem em uma reportagem que cumpriu seu dever de ofício: apurar e dar luz a fatos de evidente interesse público, envolvendo a atuação de um agente proeminente no mercado de capitais. É inaceitável que o exercício regular do jornalismo investigativo seja tratado como um ato ilícito.
Este, infelizmente, não é um caso isolado. A intimidação contra a categoria tem se manifestado de formas ainda mais vis e covardes, extrapolando o assédio judicial para o campo do ataque pessoal e discriminatório. Recentemente, o repórter Leandro Lima do Nascimento, do site Olhar Cidade, foi vítima de injúria por parte do vereador Marcos Vinícius Borges, conforme registrado em Boletim de Ocorrência (nº 2025.300829). Após a publicação de um vídeo de conteúdo jornalístico, o parlamentar publicou um comentário em uma rede social zombando de uma condição neurológica do repórter, conhecida como tremor essencial.
A atitude do vereador, que posteriormente apagou o comentário na tentativa de se eximir da responsabilidade, é abjeta e criminosa. Utilizar a condição de saúde de um jornalista como arma para atacá-lo por não concordar com seu trabalho é uma linha que nenhum representante público ou cidadão deveria cruzar. Trata-se de um ato que revela não apenas o desrespeito pela liberdade de imprensa, mas uma flagrante falta de humanidade.
Os casos de Luiz Mário e Leandro Lima, embora distintos em suas naturezas, são faces da mesma moeda: a tentativa de calar jornalistas e impedir a fiscalização do poder, seja ele econômico ou político. Tais ações visam não apenas constranger os profissionais, mas também impor um efeito amedrontador a toda a categoria.
O Sindjor/MT repudia com veemência ambas as condutas. A judicialização como mordaça e o ataque pessoal como retaliação são ferramentas dos que preferem a opacidade à transparência. Reiteramos nosso total apoio aos jornalistas e informamos que acompanharemos o desenrolar dos casos, prontos para atuar em todas as frentes para garantir que o direito de informar, e o de ser informado, prevaleçam. A intimidação de um jornalista é uma ameaça a todos.
A Diretoria,
Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso (Sindjor/MT)

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